Defense Corruption Index (DCI) 2020, produzido pelo programa "Defense & Security" da Transparência Internacional, conclui que a brasileira Embraer possui compromisso 'limitado' com a transparência.
O setor privado, assim como o setor público, precisa adotar medidas concretas de transparência, diminuindo assim os riscos de corrupção. Isso se torna ainda mais importante para as empresas que atendem os setores de segurança e de defesa militar dos países, que mesmo com avanços ainda mantêm algumas de suas áreas com baixos níveis de transparência.
O setor de Defesa tem alto risco de corrupção porque normalmente está associado a interesses políticos e movimenta um enorme volume de dinheiro – apenas em 2019, foram US$ 1.9 trilhões de dólares em todo o mundo. Por isso, o Defence Corruption Index (DCI), lançado hoje pelo “TI Defence & Security”, programa global da Transparência Internacional, destaca a importância das maiores fornecedoras do mundo na área de Defesa se comprometerem com a transparência, aumentando a confiança da sociedade, dos investidores e das instituições públicas.
O lançamento de hoje, baseado em estudo realizado durante 2020, avaliou as 134 maiores empresas de defesa do mundo, atuantes em 38 países. A única empresa latino-americana do índice, a brasileira Embraer teve seu nível de comprometimento com a transparência avaliado como ‘limitado’, devendo aprimorar sobretudo áreas que possuem significativos riscos de corrupção.
Dentre as empresas de defesa avaliadas, o DCI contemplou a Embraer, empresa transnacional e fabricante de aviões e peças aeroviárias. O comprometimento da empresa brasileira com a transparência, no entanto, foi classificado como “limitado” (dentro do eixo “D”). O máximo de pontuação que pode ser obtido no índice é de 112 pontos e a empresa fechou bem abaixo disso: apenas 44, equivalendo a 39% da pontuação total.
Seguindo a tendência mundial, os setores onde ela mais pontuou foram os de menores riscos em relação à corrupção, como a categoria ‘Liderança e cultura organizacional’, na qual conseguiu 7 pontos, equivalendo a 87,5% da pontuação máxima.
Ainda assim, o desempenho da brasileira foi considerado limitado porque não conseguiu bons resultados em outras categorias importantes, ficando abaixo de 50% em todos os demais critérios. Assim como a maioria das empresas da pesquisa, a Embraer não teve êxito em setores de mais alto risco de corrupção. No quesito ‘Acordos de compensação’ (offsets), por exemplo, a empresa não pontuou em nenhum indicador, ficando com zero (0) na avaliação e entregando um preocupante resultado.
O comprometimento dessas empresas com a transparência é avaliado por meio de consultas e análise de informações (dados, relatórios, documentos) disponibilizados em seus portais na internet. O índice mede se essas informações estão disponíveis e, caso existentes, se estão acessíveis e completas.
São dez áreas chave onde a abertura de informações e mecanismos de integridade podem reduzir as oportunidades para a corrupção:
Por meio de perguntas específicas, a transparência dada a essas dez áreas é avaliada. Dependendo do desempenho das empresas, seus níveis de transparência podem ser enquadrados nas seguintes categorias: A (muito alto); B (alto); C (moderado); D (limitado); E (baixo); F (muito baixo).